lunes, 11 de enero de 2010




TEATRO ETILICO

Aparentemente algo tão engraçado como ouvir uma piada sobre um bêbado é quase inocente. Eu disse quase, porque todo o dia assiste-se a esse tipo de gente atropelando e matando pessoas no transito das grandes cidades Brasileiras. Temos na verdade dois padrões, um para brincadeira e outro para chorar. Na realidade, é a mesma coisa apresentar um quadro de um homem embriagado pelo álcool etílico na TV, ou mostrar as conseqüências fatais desse comportamento irresponsável no cotidiano das nossas vidas. O mesmo canal que flagra um bêbado sendo interrogado pelo delegado, e que mal consegue se sustentar em pé, é também o canal que nos faz rir com espetáculos ridículos de bebums atirados na sarjeta, maltrapilhos que imploram pela nossa atenção e companhia, para serem paparicados pelo publico como bebezinhos malcriados. “Eu bebo porque minha mulher me abandonou”, diz um, e “Eu apago minha dor com uma garrafa de aguardente”, diz outro. Já reparou na rodoviária de Porto Alegre, quando 3 ou 4 bêbados ficam juntos? Eles se merecem, se atraem como imas de pólos opostos, e andam sempre unidos como carne ao osso, para apresentar seu show de miséria humana. São empresários cachaceiros do teatro etílico da vida real, que querem aparecer e receber um elogio do publico que os observa e, às vezes, aplaude para eles. É o palco da vida que quer mostrar a dura realidade de um fracasso total. Eles não têm capacidade de chorar, e ficam coladinhos aguardando o momento quando o show deve ir ao ar.
Contudo, poderosas emissoras de TV, divulgam cenas similares nos seus shows de “entretenimento”, para que o povo, como cidadãos Romanos, possa ir ao circo dos miseráveis, para divertir-se, e comer o pão diário da exaltação e apologia à bebedeira, e ao mau exemplo.
Como podemos exigir que os nossos jovens se comportem então como homens de caráter? Se por um lado, mostra-se uma moeda com mascara teatral rindo e divertida, e por outro, exigimos um comportamento serio, respeitoso no volante.

Não funciona assim. Parem de tratar o assunto como uma diversão e verão como tudo vai mudar.

Escrito pelo Prof. Jack Martinez,
Cidadão Argentino, Professor dos Idiomas Inglês e Espanhol para Comercio Exterior, Ciência e Tecnologia, Especialista em Economia para Negócios pela Cornell University, New York, EUA. Certificado de Proficiência em Inglês pela Cambridge University, Inglaterra.

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